Encontro de Ministras Locais – Região de Portugal
« Louvai e bendizei a meu Senhor, e dai-lhe graças e servi-o com grande humildade»
O tema que animará o nosso plano de formação permanente no ano 2024/25 procura colocar-nos em sintonia com a celebração dos 800 anos do carisma franciscano. Queremos estar em comunhão com a Família Franciscana e assim vamos celebrar de 2023 a 2026, um “Centenário Franciscano”, articulado e celebrado em vários centenários, recordando: os 800 anos da Regra Bulada e o Natal de Greccio (2023), os Estigmas (2024), o Cântico das Criaturas (2025) e a Páscoa de Francisco (2026).
Em Igreja, somos convidadas a viver também o jubileu ordinário, a sermos peregrinos da esperança. Neste sentido, vamos celebrar dois grandes acontecimentos na Igreja no ano de 2025: o Ano Santo Jubilar «Peregrinos da esperança» e os 800 anos do Cântico das Criaturas de São Francisco.
Para nos ajudar a aprofundar estes temas, tivemos connosco o frei José Carlos Matias, franciscano conventual. Este nosso irmão ajudou-nos a compreender e a articular o ano jubilar que tem a esperança como tema central, com a visão franciscana da Criação expressa no Cântico das Criaturas, e a nossa missão de sermos verdadeiras líderes segundo o coração de Deus.
Relativamente ao Jubileu ordinário, esta reflexão interpelou-nos sobretudo sobre como estamos a cultivar a esperança nas nossas vidas e nas nossas comunidades, de modo a sermos verdadeiros «peregrinos da esperança». Juntas refletimos sobre atitudes concretas que podemos adotar para que o jubileu seja realmente um caminho de graça, que nutra e fortaleça a nossa fé, a caridade e a esperança na nossa Congregação.
No que diz respeito ao Cântico das criaturas, o cântico que celebra a bondade de Deus manifestada em todos os elementos da natureza e que nos convida a uma atitude de gratidão e cuidado, somos interpeladas a cultivar nas nossas vidas e nas nossas comunidades uma atitude de louvor, gratidão e cuidado pela beleza e harmonia da criação.
Tivemos ainda tempo para a visualização do filme «L’Ami, François d’Assise et ses Frères» de Renaud Fély e Arnaud Louvet. Este filme é uma interpelação ao desafio constante que experimentamos, ser fiel ao espirito que Francisco queria para a sua Ordem e ao mesmo tempo colocar as nossas intuições ao serviço da Igreja com criatividade.
Foi um fim de semana muito rico pelos momentos de reflexão, de encontro, de partilha e de oração. Como seguidoras de Cristo, ao jeito de São Francisco de Assis, alegramo-nos por caminhar em Igreja em fidelidade ao nosso carisma.
Neste sentido, o grande desafio é de ser superior segundo São Francisco de Assis:
Há de ser de vida ponderada,
de muita descrição, de reconhecida fama,
sem afeições pessoais
para evitar escândalo da comunidade,
pelo favoritismo concedido a uma parte.
Deverá ser afeiçoado à oração e repartir o tempo
entre as necessidades da sua alma e as necessidades do rebanho.
De manhã cedo, começará pelo Santo sacrifício da Missa
e com superabundante oração, encomendar-se com grei,
à proteção divina.
Depois pôr-se-á à disposição de todos,
para responder às suas perguntas
E atender às suas necessidades,
com caridade, paciência e amor.
Ocupar-se-á tanto do simples como dos
instruídos e sábios.
Na sua maneira de proceder,
deve resplandecer a imagem da piedade e da simplicidade,
da paciência e da humildade.
Saiba consolar os aflitos,
e levar os violentos à mansidão.
Tenha entranhas de misericórdia,
e nunca lhes negue o perdão.
Espelho de Perfeição, nº 80