Votos Perpétuos da Irmã Conceição Tchicomba - Região de Portugal — Português

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Votos Perpétuos da Irmã Conceição Tchicomba - Região de Portugal

Consagrada para sempre no amor de Deus!

Chamei-te pelo teu nome… (Is 43,1)

Eis me aqui Senhor. Eu me abandono em teus braços. Faz de mim o que Tu quiseres!

 

 

 

 

 

 

No dia 15 de setembro, na sé Catedral de Viana, vivi o momento mais significativo da minha vida: a consagração Perpétua dos meus votos, entregando-me totalmente ao amor de Deus. Foi um dia em que senti a plenitude da presença de Deus, como se Ele próprio me envolvesse em seus braços, confirmando a minha escolha e minha vocação para a vida religiosa. Essa data ficará para sempre gravada no meu coração, como o dia em que, de maneira irrevogável, me tornei d,Ele, sua serva para sempre. 

Ao refletir sobre o versículo de Isaías 43,1, sinto que essa passagem reflete o chamamento que Deus me fez desde o início: Ele me conheceu, Ele me chamou pelo nome, e durante a minha infância, eu sempre senti que havia um caminho especial reservado para mim. A vida consagrada é, pois, viver diariamente essa certeza de que sou chamada a ser dEle, a servi-lo através dos mais pobres e marginalizados, e a ser um sinal do seu amor no mundo.

Ser Irmã, é mais do que um título ou um estado de Vida; é uma forma de existir no mundo, totalmente entregue a Deus e ao Próximo. Na espiritualidade franciscana que abracei, a missão de viver a pobreza, a humildade e a simplicidade de Cristo, é meu guia. Quando olho para São Francisco de Assis, vejo o modelo perfeito de alguém que abandonou tudo para viver a radicalidade do Evangelho. A minha vocação reflete essa mesma entrega. Ser Irmã consagrada significa, para mim, viver com alegria o chamamento de servir os outros, especialmente os mais pobres, á maneira de Jesus pobre e crucificado.

A vida religiosa é uma resposta de amor. Amar como cristo nos amou, sem reservas sem expectativas de retribuição, é a minha missão. Como Irmã, sou chamada a viver os conselhos evangélicos  de pobreza, castidade e obediência, não como retribuições, mas como vias de liberdade e de amor mais profundo. Ao fazer os votos perpétuos, comprometi-me a viver esse amor em plenitude, como um testemunho vivo, de que é possível encontrar felicidade e realização no serviço humilde aos outros, e na entrega total a Deus.

No momento de pronunciar os votos, senti uma profunda e uma certeza, de que estava a realizar aquilo para o qual Deus me chamou desde sempre. Embora houvesse momentos de emoção e lagrimas, a maior parte do que experimentei, foi uma alegria serena e um sentimento de pertença total.

Este sim, não foi apenas para um dia, mas para toda eternidade. Durante a cerimónia enquanto estava ajoelhada diante do altar, lembrei-me de todas as etapas que me trouxeram até aquele momento: as dúvidas, os desafios, mas também a certeza crescente de que esta era a minha vocação. Foi como se toda a minha vida tivesse sido um caminho, para aquele instante de entrega total. Quando pronunciei os conselhos Evangélicos, senti a mão de Deus a guiar-me, a confirmar que eu não estava sozinha. Ele estava ali comigo, a acolher envolvida por um amor que não conhecia limites, um amor que me sustentará em todos os momentos da minha vida. Saber que sou dele para sempre, encheu-me de uma paz indescritível. Não havia mais incertezas, não havia mais medos, apenas a certeza de que o Senhor me escolheu, e que a minha vida está segura nas suas mãos.

Hoje, ao olhar para trás, e refletir sobre esse momento tão especial, sei que os votos perpétuos, foram o ponto culminante de uma longa jornada significativa de discernimento e amor.

Irmã Conceição Tchicomba